Nosso Bairro

“A urbanização do Alto dos Pinheiros foi feita de forma lenta e gradual. A Cia. City estudou os terrenos e analisou várias alternativas para reverter a sua característica pantanosa. Com sua forma de atuação característica, a Cia. City promoveu uma série de benfeitorias urbanísticas, como a instalação de redes de água e esgoto e iluminação. As curvas de nível foram respeitadas, as áreas livres tiveram planejamento cuidadoso, distribuídas em diversas praças e nos canteiros das avenidas. O dimensionamento generoso das vias e terrenos, a presença maciça de vegetação, a canalização do rio e a localização privilegiada trouxeram ao bairro traços da vida urbana e rural, somados de forma harmônica.”

Cia. City

A concepção do projeto

Apesar de no Alto dos Pinheiros o traçado viário não repetir por completo o modelo sinuoso adotado nos Jardins para impedir velocidade demasiada dos automóveis, o dimensionamento generoso de vias, canteiros centrais, calçadas verdes, inúmeras praças e terrenos com recuos generosos, procura unir traços da vida urbana e rural.

A abertura da Marginal contribuiu, por algum tempo, para evitar a passagem do tráfego pesado e intenso pelo bairro, preservando sua característica tranquila e mantendo suas vias com trânsito apenas local.

Foto: Cia. City
Foto: Cia. City

Arquitetura que marcou época

O Alto dos Pinheiros começou a ser ocupado a partir de 1930. Durante os últimos 40, 50 anos, constituiu-se em área residencial das classes média e alta da população paulistana, onde inúmeras realizações de jovens arquitetos marcavam diversas correntes estilísticas.

Desde 1950, muitos dos projetos realizados no Alto dos Pinheiros vêm sendo publicados em revistas especializadas, inclusive com exemplares projetados por arquitetos reconhecidos mundialmente.

Assim, além de modelo de alta qualidade urbanística, o bairro também contribui com um importante acervo arquitetônico para a cidade de São Paulo.

Contrapartida paisagística para a mata natural desaparecida

A grande massa arbórea e de vegetação existentes constituem os elementos que mais se destacam na paisagem nos “bairros-jardins”, especialmente no Alto dos Pinheiros.

Responsáveis pelo retorno de inúmeras espécies de pássaros ao ambiente urbano, estes elementos têm importante e exemplar papel no equilíbrio térmico do bairro, irradiando para o seu entorno, evitando contrastes bruscos de temperatura e a existência das chamadas “ilhas de calor”, características das áreas densamente construídas.

As extensas áreas de solo permeável do padrão de urbanização utilizado são, igualmente, uma solução que, se generalizada, acarretaria ponderável diminuição das enchentes na cidade, devido à maior fixação da água no solo em cada local de precipitação.

Desafios de hoje

As pressões sobre o bairro hoje são muito violentas. As intervenções viárias já executadas, a crescente instalação de usos não-residenciais irregulares e as ameaças de criação de corredores comerciais ou de serviços em seu interior, além dos que já foram implantados pelo Plano Regional, que se vierem ocorrer, representarão a perda quase completa da qualidade urbanística ainda existente.

A preservação do Alto doa Pinheiros, à altura das compensações segundo as quais foi criado, exige a salvaguarda e imposição das diretrizes urbanas originais e da implantação de um sistema de trânsito que incorpore mecanismos de proteção das vias locais, impedindo o trânsito de passagem.

História do bairro

A Cia City

Alto dos Pinheiros dos sonhos: uma entrevista com o arquiteto Paulo Bastos

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